O inferno escolar.

Só eu tentava resolver a questão.
Bem,para dizer a verdade eu só estava enrolando um pouco,a resposta estava lá borrada com o grafite a tempos.
A garota nerd,esquisitona da primeira fileira.Era esse,o meu único apelido por ali.
Se eu conversava na aula?Claro..
-Ei magrela,qual o resultado?
-17!
Um riso de satisfação,uma infelicidade constante.
Só para isso conversavam comigo,só.Era algo bem rotineiro,meu tão cruel cotidiano.
Ele sorria,junto aos outros 6 populares daquela escola.
Eram o G7,todos da mesma sala que eu,há quase 9 anos.
Duvido que saibam meu nome..
Eu os conheço bem,afinal quem não os conhece?
O dono do tal sorriso?
Ah claro..
Minha paixão,platônica é óbvio.
Daniel Vasconcelos da Costa.
Cada letra eu decorara,com imenso amor e prazer durante todos os 7 anos que o tenho guardado no peito.
Falei com ele uma única vez,quando esbarrei com os meus livros e ele me mandou olhar para onde eu andava.
Por um segundo desejei sempre repetir tal humilhação,para que pelo menos pudesse ouvir aquela voz novamente,se dirigindo a mim.
Na falta de oportunidade me junto ao pó da carteira quando o sinal toca,liberando o intervalo dos populares.
Até os comuns se inturmam,mais os esquisitos ficam ali,acompanhando os segundos para que a tortura termine.
Escrevia textos,ilusões que um dia esperava serem lidas por um alguém que me visse com outros olhos.
Desenhava esperanças e desdenhava um futuro.
Eternamente a esquisitona da escola?Já não sei.
Em busca de pelo menos mais uma palavra tua,o cara que somente me trouxe humilhações.
De uma garota excluída.
Para o mundo.