Desencanto cor-de-sépia.

Ele falava assim,monotonamente,silábicamente,com o vento.Eu,disputava a sua atenção com o nada,ali,parada,fazia tempo.
Não sei se era o meu perfume que perdeu o efeito,ou a repetição de roupas que se tornou frequente,só sei que nada era como antes.
Meu princípio,nosso começo,encantada forma de se iniciar algo.
Nossa troca de olhares eram por motivos bobos,e todo assunto existente e não existente no mundo já havia passado pelos nossos lábios.
Ah... esses lábios!Donos de um poder de sedução tão presente,quando tudo ainda era recente.Agora,era a opção para quando não sabíamos mais o que fazer.
Ficar ali,trocando saliva no lugar de palavras.
Foi engraçado te ver cometer erros ortográficos,hoje em dia isso não passa de uma mania transferida pra mim,também.
Talvez tudo seja assim,um vai-e-vem constante tanto na forma de agir,como na forma de amar.
Se o amor é eterno,o que houve comigo?Quem sabe foi amor insuficiente,ou vontade acima de realidade em sentir um sentimento agora extinto.
Nada como o tempo,ou a aceitação de uma verdade inventada.
Hoje somos duas pessoas novamente,lutando por um relacionamento que talvez não seja o que realmente esperávamos uns dos outros.Fui o bastante pra você,disperdiçou o meu amor.
Agora fique aí verbalizando com o vento,enquanto eu faço o café.