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15.8.08

Velhos tempos.

Acendi o último cigarro e lá estava o silêncio novamente dominando aquela casa.Você costumava aumentar o som da tv,gritar com o cachorro e reclamar da minha comida.
No fundo eu sabia que o que você fazia era punha manha,e confesso a falta que faz toda aquela irritante vontade de te mandar calar a boca quando fazia algo do tipo,mas eu nunca mandei.
Você mandava.Em você,e em mim.Talvez tenha sido isso o que me conquistou,o que te tornou um vício.
A garrafa de Wisky vazia.Meu coração,também.O cheiro da nicotina impregnado nas minhas roupas,no meu cabelo,e na minha alma.
Alma esta,que você deixou um rombo quando resolveu sair pela porta dos fundos sem olhar para trás.Deixou ali as brigas,as lembranças,e uma mulher machucada pela perda.
Não vou mentir dizendo que não quis correr para fora,agarrar teu braço,e dizer o quanto eu te amava e que você faria falta na minha vida.Eu era orgulhosa,e fiquei com o orgulho,as lágrimas e o lixo em cima da mesa.
Você seguiu a vida.Nunca mais cortou o cabelo,nem aparou a barba.Não mais me procurou,e eu fiz o mesmo.Nos tornamos como desconhecidos,como se nunca tivéssemos feito amor loucamente em plena madrugada,nem muito menos trocado alianças.
Adolescentes inconsequentes confesso,mas nos amávamos perdidamente!
Ainda consigo imaginar você entrando pela mesma porta em que saiu naquela tarde chuvosa,mas só imagino.O que é pra ser,vai ser,e infelizmente eu não estou inclusa nessa sua nova vida.

3 pessoa(s):

L. disse...

será que velhos tempos voltam?

Letícia S! disse...

É eles sempre saem pela porta do fundo, bem quando estamos com a sensação de termos o mundo em nossas mãos! :/

Anônimo disse...

Liindo texto ! Me identifiquei demaaais em alguns trechos :)
A história é real?
beijão

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